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Potências do xadrez: Geórgia

Também uma das escolas com resquícios do período soviético, a Geórgia obteve grande destaque ao longo da história especialmente no meio do xadrez feminino. São duas campeãs mundiais, mais diversos eventos de categoria, rankings e pódios olímpicos.


Olimpíadas

Enquanto no absoluto a seleção da Geórgia ainda não conseguiu subir ao pódio olímpico, para as mulheres georgianas já são quatro ouros, uma prata e três bronzes por equipes: são a terceira potência em número de primeiros lugares, atrás apenas de União Soviética e China. Em 2018 estiveram em casa para a 43ª edição do evento, realizada em Batumi, e ficaram com o bronze.


A pioneira

Nona Terentevna Gaprindashvili nasceu em 3 de maio de 1941, em Zugdidi, então União Soviética hoje cidade do oeste da Geórgia. Em 1962, aos 21 anos, destronou Elisaveta Bykova por um placar de 9 x 2, tornando-se a 5ª Campeã Mundial Feminina. Nos anos seguintes, defendeu com sucesso o posto em quatro matches de desafio, mantendo o título por dezesseis anos. Em 1978, na 20ª edição do Campeonato Mundial, perdeu a defesa contra Maia Chiburdanidze, que aos 17 anos era um prodígio soviético e havia superado os grandes nomes do xadrez mundial no Interzonal e Torneio de Candidatos do ciclo.

Representou a URSS em onze Olimpíadas, tendo conquistado 25 medalhas (entre elas 11 ouros por equipes e 9 ouros individuais). Venceu o Campeonato Soviético Feminino cinco vezes e obteve sucesso em torneios absolutos, vencendo, por exemplo, o torneio Hastings Challengers em 1963/4 e o Lone Pine International em 1977. É a primeira mulher a ter recebido o título de Grande Mestre (GM). Foi premiada com a Ordem de Excelência em 2015 pelo Presidente da Geórgia, por “sua destacada contribuição ao país e à nação” e “representando a Geórgia em nível internacional”, e já foi presidente do Comitê Olímpico do país.


Uma lenda

Maya Grigorievna Chiburdanidze nasceu em 17 de janeiro de 1961, em Kutaisi, na então União Soviética e hoje também região da Geórgia. Comparada a Fischer por Ivkov, levava a modalidade muito a sério. Aos 13 anos ela estreou no torneio internacional feminino em Brasov: a “garota milagrosa” conquistou o primeiro lugar e cumpriu a norma de Mestre Internacional. Em 1976, aos 15 anos, ficou em segundo no Interzonal de Tbilisi, classificando-se para o Torneio de Candidatos. No evento, realizado em sistema eliminatório, superou Nana Alexandria, Elena Akhmilovskaya e Alla Kushnir, conquistando o direito de desafia a então Campeã Mundial, Nona Gaprindashvili.

No 20º Mundial Feminino, Chiburdanidze se tornou a 6ª e mais nova Campeã Mundial Feminina, destronando a compatriota Nona Gaprindashvili. Manteve o título por 13 anos, até o match com a chinesa Xie Jun em 1991, defendendo-o em partidas com Alexandria (8×8), Levitina (8,5×5,5), Ahmylovskaya (8,5×5,5) e Ioseliani (8,5×7,5). Foi a segunda a se tornar Grande Mestre (GM) e também venceu fortíssimos torneios abertos, entre eles Nova Deli (1984) e Banja Luka (1985). Foi nove vezes campeã das Olimpíadas de Xadrez, cinco com a URSS e quatro com a Geórgia.

Maya foi homenageada muitas vezes pelo país e vários selos postais foram projetados para celebrar suas realizações. A Mongólia emitiu um selo comemorativo em 1986 que ilustra uma posição de um de seus jogos do campeonato mundial de 1984 contra Irina Levitina.


Atualidade

Nana Dzagnidze nasceu em 1 de janeiro de 1987, em Kutaisi (mesmo berço de Chiburdanidze), e é uma das mais recentes enxadristas georgianas de sucesso. Venceu mundiais de categoria em 1999 e 2003 e recebeu o prêmio honorário de Caissa da FIDE como melhor jogadora de 2017. Integrou a seleção da Geórgia em diversas Olimpíadas, mundiais e europeus por equipes, estando atualmente no top 10 do ranking mundial feminino.