Após discorrer sobre rating FIDE e como formá-lo, a seguir, o árbitro internacional Pablyto Robert comenta quais são os títulos que os jogadores podem obter no xadrez nacional e internacional:
Mestre Nacional (MN)
Candidate Master/Candidato a Mestre (CM)
FIDE Master/Mestre FIDE (FM)
International Master/Mestre Internacional (IM)
Grand Master/Grande Mestre (GM)
O primeiro deles é nacional, concedido pela Confederação Brasileira de Xadrez (CBX). Os demais são internacionais, concedidos pela Federação Internacional de Xadrez (FIDE). Os requisitos de obtenção variam para cada título, mas todos eles têm um ponto em comum: podem ser obtidos diretamente em algum torneio específico.
Por exemplo, o título de Mestre Nacional pode ser obtido diretamente no Campeonato Brasileiro Amador, em cada uma de suas categorias, gostem alguns ou não. Particularmente, gosto desta possibilidade, afinal, muitos amadores são excelentes professores e o título reconhecido pela entidade máxima nacional é excelente para chancelar o exercício profissional em alguns municípios/escolas.
Todos os títulos internacionais também podem ser obtidos diretamente em torneios, sendo as situações específicas bastante numerosas. Para verificação, veja o HandBook da FIDE.
Tirando essa particularidade em comum, as coisas complicam um pouco mais nos demais requisitos.
O título de Mestre Nacional (MN) pode ser postulado assim que o jogador atinge 2200 de rating FIDE ou CBX. Requisito parecido com o título de Candidate Master (CM), que também exige 2200 de rating FIDE, mas não aceita rating nacionais.
FIDE Master (FM) já é um pouco mais duro o requisito de rating, necessitando alcançar a barreira dos 2300 de rating FIDE.
Interessante pontuar que não precisa ser publicado na lista mensal o rating para CM e FM . Basta atingir em um torneio, no live rating. Temos no Brasil o caso recente do FM Jefferson Oliveira, que nunca teve um rating publicado de 2300, mas alcançou o patamar de 2300 no live rating em um torneio.
Os títulos de IM e GM possuem situação mais complexa. São os chamados títulos por norma. Se formos tentar explicar os requisitos em sua totalidade, precisaremos de muitas páginas e tabelas explicativas, porque o tema é muito técnico e quase impossível de ser decorado. A leitura não seria nem de longe prazerosa. Então, resumidamente, as normas requerem:
número mínimo de 09 partidas (salvo raríssimas exceções);
número mínimo de “bandeiras” (exceto Final do Campeonato Nacional e norma por posição em continental, etc);
número mínimo de titulados (exceto norma por posição em Continental, etc);
Rating médio mínimo dos oponentes (GM: 2380 e IM: 2230);
Performance mínima (GM: 2600 e IM: 2450);
Jogar no máximo duas rodadas por dia e… alguns outros detalhes técnicos demais para este post.
O próprio HandBook tem um resumo interessante para o que vem a ser norma: “Title norm is a title performance fulfilling additional requirements concerning the mix of titled players and nationalities as specified in articles 1.42 to 1.47”.
E não é só! O jogador precisa de normas somando o mínimo de 27 partidas! E, tendo todas elas, precisa ter alcançado um rating mínimo de GM: 2500 e IM: 2400.
De todos os títulos que tratamos, o único que não tem equivalente para a categoria feminino é o título de Mestre Nacional. Os demais possuem equivalente, sendo assim chamados:
Woman Candidate Master (WCM)
Woman FIDE Master (WFM)
Woman International Master (WIM)
Woman Grand Master (WGM)
Os requisitos são praticamente os mesmos dos títulos gerais, com duas diferenças: sexo do postulante deve ser feminino e 200 pontos a menos de rating nas exigências. Ou seja, WCM: 2000, WFM: 2100, WIM: 2200 e WGM: 2300. Lembrando que WIM e WGM seguem as mesmas questões para normas de IM e GM, com o rating médio mínimo dos oponentes sendo 2030 e 2180 e performances 2250 e 2400 (sempre 200 pontos a menos, viram?).
E é isso aí, pessoal. De forma simples, prática e MUITO MAIS resumida que o outro artigo sobre rating.
Grande abraço!
Pablyto Robert
Árbitro Internacional de Xadrez
Lecturer da FIDE