A chinesa Ju Wenjun recentemente sagrou-se a 17ª Campeã Mundial Feminina, mas você conhece as antecessoras do posto mais alto do xadrez feminino? Após Vera Menchik, Lyudmila Rudenko, Elisaveta Bykova e Olga Rubtsova, apresentamos agora a 5ª Campeã Mundial.

#5 Nona Terentevna Gaprindashvili nasceu em 3 de maio de 1941, em Zugdidi, então União Soviética hoje cidade do oeste da Geórgia. Aprendeu a jogar xadrez com os irmãos, aos 5 anos. Aos 12 iniciou os estudos da prática no então Palácio dos Pioneiros de Tbilisi – instituição infantil de educação adicional da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) – tendo como treinador o experiente Vakhtang Karseladze (1919-1966), que é conhecido como o fundador da escola de xadrez das mulheres georgianas.

Em 1961, aos 20 anos, venceu com dois pontos de vantagem o Torneio de Candidatos realizado na região da Sérvia, assim conquistando a vaga de desafiante ao título mundial. No ano seguinte, destronou Elisaveta Bykova – que havia reconquistado o título frente a Rubtsova em 1958 – por um placar de 9 x 2, tornando-se a 5ª Campeã Mundial Feminina.

Nos anos seguintes, defendeu com sucesso o posto em quatro matches de desafio, contra as também soviéticas Alla Kushnir e Nana Alexandria, mantendo o título por dezesseis anos. Em 1978, na 20ª edição do Campeonato Mundial, perdeu a defesa contra Maia Chiburdanidze, que aos 17 anos era um talento prodígio soviético e havia superado os grandes nomes do xadrez mundial no Interzonal e Torneio de Candidatos do ciclo.

Gaprindashvili representou a URSS em onze edições da Olimpíada de Xadrez, tendo conquistado 25 medalhas (entre elas 11 ouros por equipes e 9 ouros individuais). Também venceu o Campeonato Soviético Feminino cinco vezes e obteve sucesso em torneios absolutos, vencendo, por exemplo, o torneio Hastings Challengers em 1963/4 e o Lone Pine International em 1977. É a primeira mulher a ter recebido o título de Grande Mestre (GM), tendo hoje 77 anos de idade. Foi premiada com a Ordem de Excelência em 2015 pelo Presidente da Geórgia, por “sua destacada contribuição ao país e à nação” e “representando a Geórgia em nível internacional”, e já foi presidente do Comitê Olímpico do país.

Conheça um pouco do estilo de jogo dela nas partidas abaixo: a última partida do Mundial de 1962 e do Lone Pine de 1977.

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