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Entrevista com a campeã brasileira feminino FM Juliana Terao

Hoje entrevistamos a campeã brasileira FM Juliana Terao, que conta para nós sobre sua preparação, curiosidades, e um pouco de tudo. Fique por dentro!

1. O que uma garota precisa fazer para se tornar Campeã Brasileira?

FM Juliana Terao: Criar metas, elaborar um treino diário, e colocar em prática, participando não somente de torneios femininos, mas torneios abertos onde possa enfrentar diversos tipos de jogadores.

2. Após a conquista do 5o Campeonato Brasileiro, quais são suas ambições no xadrez Feminino?

J: Minha meta é conseguir as últimas duas normas que faltam para o título de WGM, melhorar o meu entendimento do jogo, e ajudar a promover o xadrez feminino através do Projeto Damas em Ação. Também tento conciliar minhas outras atividades e minha vida pessoal para poder continuar competindo.

3. Qual a sua melhor recordação do xadrez?

J: Sem dúvidas foi a primeira viagem que fiz sozinha, sem meus pais ou sem meu irmão, foi um Sulamericano Escolar realizado em Sucre na Bolívia, tinha 12 ou 13 anos. Lembro-me que eu não estava muito feliz em ir sozinha, nunca havia viajado só e não sabia falar espanhol, mas acabei indo. Essa viagem foi muito importante porque tive que me virar sozinha para resolver muitos problemas e também me ajudou muito com a minha timidez, afinal se não me comunicasse não iria conseguir muitas coisas, foi uma aventura na época, ficamos em um quartel do exército, e os nossos responsáveis não sabiam quase nada sobre xadrez, até tivemos que ensinar um menino do atletismo a movimentar as peças e as regras básicas para podermos competir, o Brasil enviou eu e o Paulo Yamamoto, sendo que era um torneio por equipes e precisávamos de no mínimo 3 jogadores para poder competir.Até fugir do quartel fugimos, não sei como, mas conseguimos dar entrada em um hotel, cada um no seu quarto, mas é claro que não durou nem uma noite e os dirigentes foram nos buscar rs.

4. Qual a sua melhor partida? A Imortal da Terao?

J: Tenho muito carinho pela minha primeira vitória contra um Mestre, na época (tinha 9 anos), eu nem sabia o que significava MF – (Mestre FIDE), lembro do meu irmão dizendo que eu não duraria muito e que a partida iria acabar rápido, provocações de irmãos, quem tem irmão sabe como é rs. Não dei bola pro que o Rodrigo havia me falado e fui jogar a partida, mas para a surpresa dele e minha é claro, acabei ganhando a partida.

5. O que você acha que é necessário para que se forme um trabalho de base para criar as futuras gerações do xadrez feminino brasileiro?

J: Um bom início é inserir o xadrez nas escolas e ajudar o esporte a ter mais visibilidade, aumentando a sua popularização. Também seria ideal o Brasil investir em seus campeões brasileiros de categoria, sub 8, sub
10, sub 12, sub 14, tec. Ajudando com os custos de passagens para torneios internacionais como: sulamericanos, pans e mundiais. Também poderia criar um centro de treinamento para jogadores de destaque, isso estimularia os outros jogadores a almejarem essas vagas nesses
treinos. A confederação também deveria enviar um técnico para os torneios internacionais importantes com o fim de ajudar as jovens promessas.

Agradecemos a MF Juliana Terao pela entrevista, pelo campeonato, título, afinal foram 4x consecutivas! E desejamos que ela consiga o mais rápido as normas que faltam para se tornar WGM, que força nós sabemos que ela ja tem. Obrigada!

Olímpiada de Batumi – Geórgia 2018. (Créditos: Hermam Ho)

 

Final do 58° Campeonato Brasileiro. Foto por: Claudia Aquino.

 

Em 1997, participando de uma simultânea dada pelo meu irmão.

 

Tietando o GM Magnus Carlsen em minha primeira olímpiada em Dresden – Alemanha, 2008. Com integrantes da equipe feminina brasileira:esq. p/dir: WIM Juliana Terao, WMI Vanessa Feliciano, GM Magnus Carlsen, WCM Tatiane Coelho e WCM Vanessa Gazola.